Sabes? às vezes dou por mim a olhar o sol e a pensar em ti. E não é só o sol.
Tornámo-nos duas almas independentes quando antes nada do que tivesse a ver com a palavra "independentes" fazia sentido.
Costumo respirar fundo e pensar o que terá sido que te levou a desistir de mim, a morrer de mim, de nós, de ti, porque isso também era o que eras. E tão bom que se fazia ser.
Um dia conhecemo-nos. Éramos duas pessoas diferentes, onde tu tinhas o dom de mexer comigo e eu de querer ir atrás. Fomos crescendo e connosco os nossos sentimentos, as nossas palavras e tudo fazia sentido. E tudo é uma palavra grande apesar de só ter quatro letras.
Gostávamos de coisas diferentes, mas isso nunca nos impediu de nos amarmos infindávelmente, nem de planearmos a nossa vida em função disso, fazendo nascer um futuro, planos que pareciam estar ali, mesmo à mão, mas que agora estão mais longe que nunca.
Nunca fui desprovida de sentimentos. Desde criança que os filmes de princesas eram os meus preferidos e talvez tenha sido por isso que quando me chamavas Princesa o meu coração se abria para ti. E foste o único. Sempre quis mais, talvez tenha exigido de mais e sempre me disseram que quanto mais expetativas se cria em torno de alguém maior é o tombo. Só nunca me disseram que doía tanto.
Não consigo encontrar explicação para aquilo que me fazes sentir neste momento. Porque continuo, ainda, a olhar para ti e a ver aquela pessoa por quem me apaixonei, continuo a ver aquela pessoa que me amava acima de tudo, aquela pessoa que fazia tudo por mim, até quando não merecia, aquela pessoa que me mostrava ser a 'luz dos seus olhos'. E talvez seja cansaço, talvez seja falta de vontade. A verdade é que não me conformo em como de um dia para o outro possamos passar do TUDO a NADA. É revoltante sabes? Não percebo como falo as coisas, converso as coisas e antes bastava uma palavra para te fazer entender e agora nem com mil frases és capaz de mudar. Assumis-te uma posição que nunca quis ter na minha vida. Todos os dias me iludo, magoo, volto a arranjar forças para ter esperança e ela voltam a desaparecer. Não sozinhas, mas agarradas a ti e às tuas atitudes.
Sabes? sempre quis ser a pessoa que fui quando estava contigo. Tu sabias exaltar o meu lado melhor, mais otimista. Mas passou o Outono, o Inverno. E a Primavera passará a ser um renascer de folhas e flores mas, para mim, também de sentimentos e de novas coisas, de novas pessoas, de novas vidas. Sem ti. Parece que quando pronuncio isto volto de novo ao Inverno. Mas a Primavera está a chegar.